Simulado de Incêndio “Hospital Seguro”

29 d e novembro d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

No dia 19 de Novembro de 2009, quinta-feira, em conjunto com o Hospital Nove de Julho, onde trabalho, tive oportunidade de assistir e participar do Simulado Integrado de Atendimento a Emergência, chamado de Hospital Seguro”.

"Hospital Seguro"

Esse exercício simulado atendeu a recomendação da ONU e foi realizado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, em cooperação com a Defesa Civil Estadual e o Grupo de Resgate da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

O exercício simulado teve como objetivo a integração das diversas equipes que atuam no atendimento a desastres.

O evento simulou o salvamento de pacientes internados durante a ocorrência de um incêndio em uma estrutura hospitalar, chamada de “Hospital Seguro”, que foi montada no Sambódromo, no Anhembi, especialmente para esse treinamento.

Acho importante contar a vocês muitos dos detalhes do exercício simulado.

Muitos dos itens abaixo constavam de um folder distribuído no local e outros são observações durante o evento.

A origem do exercício simulado foi prevista para acontecer da seguinte forma:

A descrição do “Acidente”:

Um veículo, em alta velocidade, perdeu a direção e colidiu violentamente contra a cabine de energia elétrica do “Hospital Seguro”.

A colisão deixou o veículo destruído, seus ocupantes presos nas ferragens e gravemente feridos.

Na cabine de energia elétrica, um incêndio teve início e consumiu a fiação elétrica que fornecia energia ao “Hospital Seguro”.

A fumaça fluiu pelos dutos existentes e invadiu todas as dependências do “Hospital Seguro”.

O pânico tomou conta de todos, pacientes, visitante e funcionários.

Diante do fato, a Central de Operações do Corpo de Bombeiros enviou várias equipes para o local.

Várias organizações, públicas e privadas, se uniram e trabalharam em conjunto.

O socorro às vítimas foi complexo. Os pacientes da UTI precisaram ser retirados do local acompanhados de seus equipamentos de monitoramento e suporte à vida.

As vítimas existentes no telhado e as retidas nos quartos exigiram equipamentos especiais para ser resgatadas.

Sob a supervisão do SICOE (Sistema de Comando e Operações em Emergências), as equipes médicas organizaram o Posto Médico Avançado (PMA), no qual as vítimas foram triadas pela gravidade de suas lesões e encaminhadas ao hospital mais adequado na cidade de São Paulo.

Posto Médico Avançado (PMA)

Algumas das organizações que participaram desse evento:

– Prefeitura de São Paulo;

– Secretaria Estadual da Saúde;

– SAMU;

– Instituto Médico Legal;

– Instituto de Criminalística;

– Eletropaulo;

– IPEN;

– Polícia Civil;

– CET;

– Defesa Civil;

– Guarda Civil Metropolitana – São Paulo;

Hospital 9 de Julho e;

– Outros Hospitais da São Paulo;

Nesse exercício simulado foram montadas duas situações:

1a situação:

– Ao alarme de incêndio, as equipes do próprio hospital, juntamente com a brigada de incêndio, fariam remoção dos pacientes mais graves.

– Os pacientes deveriam ser retirados com todo o suporte possível, por exemplo, o fornecimento do soro (temporariamente fechado), ventilação automática (mantidos por baterias) e bombas de infusão de medicamentos (mantidas por baterias).

– Cada profissional deveria colocar o prontuário médico sob as pernas do paciente.

– As equipes deveriam manter um ventilador manual por cama ou maca, devendo usá-lo quando a ventilação automática não funcionar nem por baterias.

– A brigada de incêndio deveria interromper o fornecimento de oxigênio no setor, através do fechamento da chave de fluxo que geralmente fica localizada na entrada da UTI ou centro cirúrgico.

– Só seriam utilizados para a remoção os elevadores de segurança (com geradores e resistência a fumaça) e escadas protegidas.

– Com a chegada do Corpo de Bombeiros, o comandante de operações faria contato com um médico responsável, para ser informado do número de pacientes internados, situação do fluxo de oxigênio e energia elétrica.

– Os bombeiros auxiliariam na remoção das vítimas com seu respectivo suporte (soro, ventilação e bombas de infusão).

2a situação: 

– No agravamento da situação do incêndio (propagação de fogo e gases tóxicos) seria feita uma evacuação imediata. 

– Nesse caso, as vítimas seriam retiradas com uso de macas de salvamento ou pranchas rígidas, com soro ou medicamentos fechados junto a vitima e a respiração seria mantida com ventiladores manuais. 

– Com a presença de fumaça, calor excessivo e escuridão, não seria possível remover as vítimas com as bombas de infusão de medicamentos, somente com a ventilação. 

– Uma válvula de demanda extra da máscara autônoma do bombeiro (carona) deveria ser posicionada junto à alimentação de ar do ventilador manual (“ambu”) para evitar a entrada de fumaça na vias aéreas do paciente. 

– Seriam necessários pelo menos três bombeiros para o transporte de um paciente adulto (2 na maca e 1 na ventilação) e dois bombeiros para transporte de paciente infantil (1 bombeiro só para a ventilação e 1 só para o transporte). 

– Somente seriam utilizados para a remoção, os elevadores de segurança (gerador e proteção contra fumaça) e escadas protegidas. 

– Todas as informações possíveis sobre o paciente (bombas de infusão de medicamento, prontuário, hemodiálise) seriam transmitidas às equipes do Posto Médico Avançado (PMA), pelas equipes do hospital e pelos bombeiros que participaram do resgate e tiveram contato com a situação do paciente ainda no leito.

Essas orientações das duas situações acima descritas são um resumo das reuniões e treinamentos realizados pelo Corpo de Bombeiros de Resgate e Atendimento às Urgências (SES/SP) junto às equipes médicas de Hospitais de São Paulo.

Comentários:

Fiquei muito entusiasmado com a organização do evento, principalmente com a combinação da realização com o V Seminário Internacional de Defesa Civil (DEFENCIL), que estava ocorrendo no Anhembi e contava com a participação das Defesas Civis de todos os estados brasileiros e de mais 8 países.

Porém, vi muito poucos profissionais dos Hospitais, sejam de Engenharia ou de Segurança do Trabalho, além de apenas um fornecedor de equipamentos médicos.

Gerenciamento de Crises:

Esse tipo de ocorrência, neste e nos últimos anos, em vários hospitais pelo Brasil, me levou a escrever novamente sobre esse assunto e sua correlação com planos de contingência ou gerenciamento de crise em nossas empresas.

O enfoque principal de um plano de gerenciamento de crise é o atendimento de ocorrências anormais, que configuram situações de emergência, contingência, ou outros nomes similares.

Entende-se por Gerenciamento de Crise o processo de gestão necessário ao tratamento àquele evento sério e negativo.

É muito difícil escrever e por em prática um plano de gerenciamento de crises ou contingências, exeqüível, sem simulações dessa grandeza e sem a troca de informações entre as diversas organizações envolvidas.

Gostaria de receber informações e de participar de mais eventos como esse e que as diversas organizações no Brasil, sejam hospitais, indústrias, fornecedores, prestadores de serviço, ou associações, pudessem se unir para enfrentar momentos de crise como esse testado no exercício simulado.

Somente com a ajuda de diversas organizações, uma empresa pode sobreviver a um evento como esse.

Conto com sua colaboração.

Para mais detalhes, acesse o site da Defesa Civil de SP: http://www.defesacivil.sp.gov.br e o Blog do Hospital 9 de Julho: http://www.pordentrodo9dejulho.com.br

Agradeço a todos pelas contribuições, comentários e críticas no Blog e no Website.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

https://engenharianasaude.wordpress.com

Mercado de Trabalho

15 d e novembro d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Nas últimas semanas, conversei com alguns colegas de Engenharia Clínica, Arquitetura Hospitalar e com Diretores de Construtoras de São Paulo.

Como a crise econômica afetou algumas áreas, mas as reformas e ampliações na construção civil e especialmente na área hospitalar continuam em progresso e expansão, o assunto tratado acabou sendo o mesmo:

Como uma construtora aprende a trabalhar em uma obra ou reforma de um hospital?

A resposta dessa questão talvez não seja tão direta, quanto por sua experiência em alguns clientes, pois uma construtora ou qualquer outra empresa, não consegue reter conhecimento, aprender ou ter expertise simplesmente por ter trabalhado na área hospitalar.

Ao invés da empresa, são seus profissionais, com formação e experiência adequadas, que atuem em diversos projetos e reformas diferentes em hospitais e clínicas, que adquirem conhecimento e ”cultura” para entender as necessidade e expectativas do mercado hospitalar.

Em outros países, como a Alemanha, por exemplo, já é bastante comum que, ao invés de analisarmos somente o currículo ou tamanho da construtora, devemos qualificar as empresas pelo currículo e experiência dos profissionais que estarão diretamente envolvidos no dia a dia do projeto para os quais foram contratados.

Pensando nessa análise de currículos, surge a necessidade de termos, nas construtoras, profissionais com conhecimentos em Engenharia Clínica e Arquitetura Hospitalar, pelo menos para atuar como auditores ou consultores, durante as diversas etapas e tipos de reformas da área hospitalar.

Por outro lado, é preciso que, os Engenheiros e os Arquitetos que atuam na área Hospitalar, também desenvolvam seu conhecimento e experiência, através de envolvimento direto em projetos, reformas e obras de diversos setores da área hospitalar, no contato direto com os usuários das instituições onde atuam.

Além disso, é preciso que cada vez mais, as Instituições Hospitalares solicitem essa qualificação profissional no acompanhamento de seus projetos e reformas.

Ou seja, há um grande Mercado de Trabalho a ser desenvolvido.

Para os Engenheiros Clínicos, sugiro que sejam mais atuantes e envolvidos, para auxiliar no bom desenvolvimento de um projeto de obra ou reforma de uma área hospitalar, não somente na composição e manutenção dos equipamentos médicos a ser adquiridos, instalados e utilizados.

Para os Arquitetos Hospitalares, sugiro seu acompanhamento direto, nas diversas etapas de um projeto, obras, reformas e instalações de equipamentos, até sua entrega e utilização pelos usuários.

Em diversos projetos, o mais complicado tem sido encontrar, nas empresas fornecedoras, profissionais que entendam a linguagem, as necessidades, os fluxos e os processos da área hospitalar.

Fazer uma reforma com o mínimo de impacto de ruídos, poeira, odores e sem gerar grandes problemas nos fluxos e processos internos de uma Instituição de Saúde já é bastante difícil.

Fazer com que esses mesmos profissionais entendam a linguagem da área hospitalar, porque e para que servem os equipamentos, instalações específicas de elétrica, hidráulica, gases medicinais e ar condicionado, também é um conhecimento específico que precisa ser dominado pelos profissionais nas construtoras.

É preciso conversar muito, fazendo com que os diversos profissionais das construtoras sejam envolvidos nas reuniões setoriais, desde a etapa de projeto, até o check-list final, de entrega das obras e reformas aos usuários.

Manter contato e compreender as necessidades das áreas médicas, de enfermagem, controle de infecção, hotelaria, governança, segurança patrimonial, segurança do trabalho, além das áreas administrativas e financeiras envolvidas e das próprias Engenharia e Arquitetura, é complicado para quem não está acostumado a esse meio.

É certo que, em cada mercado de atuação, existe uma linguagem e processos específicos, mas, na maioria deles, há espaços e horários de trabalho sem interferir tanto na vida do cliente quanto na área hospitalar.

Sei que há ótimas iniciativas, tanto por parte dos hospitais particulares quanto de concorrências e licitações de Instituições públicas, que já pedem a presença da Engenharia Clínica e da Arquitetura Hospitalar, pelo menos como consultoria, nas empresas de projeto, prestadoras de serviço, ou nas construtoras.

Porém, o que precisamos é dar exemplo, nas diversas Instituições em que atuamos e mostrar às nossas direções, o quanto ganharemos em qualidade, agilidade e custo, se tivermos um interlocutor devidamente habilitado nos nossos fornecedores, seja como Engenheiro Clínico, ou como Arquiteto Hospitalar.

Lanço aqui um desafio, à nossas próprias Instituições de Saúde, de contratar empresas construtoras que tenham esse interlocutor, pois certamente haverá ganhos em todas as etapas de projetos de reformas e obras.

Aos colegas que desejam aprender mais sobre a linguagem e informações da área hospitalar, recomendo começar pelas nossas associações:

ABEClin – Associação Brasileira de Engenharia Clínica – www.abeclin.org.br

ABDEH – Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalarwww.abdeh.org.br

Aos que desejarem ajuda, fico à disposição pelo meu e-mail.

Agradeço a todos pelas contribuições, comentários e críticas no Blog e no Website.

Um grande abraço a todos.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site https://engenharianasaude.wordpress.com

Sinalização em Instituições de Saúde

12 d e outubro d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Há bastante tempo já havia pensado em escrever sobre Sinalização interna e externa em Instituições de Saúde.

Agora, a escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, aliada aos demais eventos internacionais já agendados, que são a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014, e a Paraolimpíada, também em 2016, faz com que tenhamos que agir rápido nas melhorias desse item em nossas Instituições de Saúde.

Muitas de nossas Instituições iniciaram pequenas, sem um projeto ou um edifício específico e foram crescendo, com o passar dos anos, das oportunidades e necessidades de mercado, agregando outros prédios e formando seus “labirintos internos”.

Com isso, invariavelmente vemos nossos clientes, prestadores de serviços e até os novos colaboradores, perdidos, solicitando informações de localização de serviços, áreas ou andares, dentro de nossas empresas.

Quando escrevi sobre acessibilidade, mencionei que:

“Quando pensamos em uma pessoa com deficiência física, por exemplo, quase nunca nos damos conta da quantidade de acessos que são necessários para que ela possa ter a autonomia necessária para circular por aí.”

Independente de nossos clientes, na área hospitalar, estarem acompanhados de familiares ou de assistência de enfermagem, nos deslocamentos internos da Instituição, é preciso nos colocar no lugar deles para recebê-los de forma mais adequada.

Além de termos o chamado foco no cliente, devemos usar o foco deles, para perceber essas deficiências.

Cabe a nós da área da Engenharia e Arquitetura, ter esse foco e pensar em cada um desses espaços, acessos e equipamentos que estamos projetando ou reformando e disponibilizando ao uso dos nossos clientes.

Há pouco bons exemplos de sinalização adequada na nossa área.

A grande maioria das Instituições não utiliza uma empresa especializada para projetar ou rever seu sistema de sinalização.

As placas normalmente são antigas, pequenas, estão altas, em locais de difícil leitura, em letras pequenas, sem diferenciação de cores e sem sinalização em Braile.

Normalmente não há estudo de fluxo dos clientes, dos chamados “NÓS” de fluxo, que mostram os principais caminhos ou rotas que os clientes utilizam em uma Instituição.

Os caminhos dos clientes críticos ou emergenciais poucas vezes são priorizados nessa sinalização.

Há muitos cruzamentos de fluxo entre clientes e colaboradores, sem sinalização adequada.

As rotas de fuga, saídas de emergência ou escadas de segurança também não são adequadamente sinalizadas, assim como extintores e hidrantes.

Gostaria que cada um olhasse para sua empresa, da mesma forma que quando entra em um edifício comercial, shopping, hotel ou hospital desconhecido.

O que cada uma dessas empresas tem de melhor em sinalização?

Uma central de informações, folders, totens; painéis eletrônicos; telas de vídeo; avisos nos elevadores, mapas, áreas ou andares com cores diferentes; alas, andares ou blocos com letras e números; sinalização bilíngue?

O que mais se adapta a realidade da sua Instituição?

Não tente resolver o problema sozinho.

Monte uma comissão interna, multiprofissional e interdisciplinar.

Estude os fluxos e as necessidades dos seus clientes, prestadores de serviços e colaboradores.

Ouça as idéias desses públicos, faça o caminho deles e observe como estão indicados.

Depois que tiver suas necessidades levantadas, contrate um especialista nessa área.

Há algumas boas empresas que não fazem placas, mas que entendem de fluxos e tem experiência na área hospitalar.

As placas ou a execução da sinalização é a última etapa, após as aprovações, testes, e discussões.

Não se esqueça das informações distribuídas ou fixadas para os clientes, dentro dos leitos, para que os painéis de cabeceira de leito, mesas ou criados mudos não virem uma árvore de natal.

Agradeço a contribuição e comentários de todos, no Blog e na Web-site.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

https://engenharianasaude.wordpress.com/

Se receber o texto de um amigo e quiser fazer parte da lista, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com com o assunto “Incluir na lista do Blog”.

Para cancelar o seu recebimento, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com

Seu comentário pode ser feito direto no blog https://engenharianasaude.wordpress.com/

Modernização de Elevadores

20 d e setembro d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Muitos de nós, tanto nas empresas onde trabalhamos, quanto nos condomínios onde moramos, já devem ter discutido a respeito da manutenção, modernização, substituição ou aquisição de elevadores.

No entanto, é preciso, além de pesquisar o que há no mercado, através das empresas fabricantes e fornecedoras, entender quais as necessidades específicas para seu uso.

Olhar os aspectos visuais de revestimento da cabine, embora haja muitas opções, normalmente é a parte mais simples.

Porém, os itens que envolvem, estudo de fluxo de usuários, performance, velocidade, consumo de energia, segurança, acessibilidade e necessidade do que e quanto transportar, além do contrato de manutenção pós-venda, muitas vezes fica de lado nas decisões.

Provavelmente, em muitas de nossas empresas e condomínios, a maioria dos elevadores já está instalada ou foi modernizada a mais de dez anos.

Voltemos no tempo para entender um pouco mais desse meio de transporte.

 

Histórico:

Os primeiros elevadores eram exclusivamente de carga e movidos a vapor.

Com o desenvolvimento de mecanismos de segurança, surgiram os elevadores de passageiros, em 1853.

Em 1857, os primeiros elevadores para passageiros eram acionados por máquinas a vapor com velocidade de cerca de 10m/min.

A partir de então, começaram a surgir edifícios cada vez mais altos e, com eles, a necessidade de equipamentos mais rápidos.

O primeiro elevador elétrico construído por volta de 1880 e foi instalado em Nova York.

A instalação do primeiro elevador no Brasil ocorreu em 1906, no Palácio das Laranjeiras – prédio do Governo do Rio de Janeiro.

Nessa época, o cabineiro abria e fechava manualmente as portas, que eram pantográficas e, através de uma manivela, fazia com que o elevador subisse ou descesse.

O cabineiro foi substituído por comandos que atendiam às chamadas registradas eletricamente, ao apertar um botão.

Mas, era preciso organizar as chamadas, para melhorar a eficiência, então, foi criado o comando automático seletivo, inicialmente eletromecânico.
 
Com o avanço da eletrônica, o comando composto de circuitos eletromecânicos deu lugar a um sistema microprocessado que passou a coordenar o funcionamento do elevador, proporcionando um significativo aumento de vida útil dos componentes, economia de energia, redução de ocorrência de defeitos e maior facilidade de conservação.

As sinalizações também evoluíram, facilitando a visualização, inclusive à distância, do funcionamento do elevador pela empresa responsável pela manutenção.

No caso da solicitação de algum profissional para efetuar um ajuste ou reparo, este já pode saber, previamente, que parte do elevador está apresentando problemas.

Existem prédios de grande fluxo, com sistemas de câmeras de vídeo, que monitoram o fluxo de passageiros, informando ao comando a demanda de cada andar, para que se programe a estratégia de atendimento mais eficiente.

Hoje, alguns elevadores podem atingir a velocidade de 550m/min.

 

Situação atual no Brasil:

No Brasil, estima-se que há cerca de 300 mil elevadores instalados, a maioria com mais de duas décadas de uso.

Em torno de 10 mil novos elevadores são instalados a cada ano, em função do aumento da demanda pela construção civil nos últimos anos.

A maior preocupação é a segurança nos elevadores mais antigos, pois, segundo os principais fabricantes, a modernização técnica deve ocorrer a partir de 15 anos de uso.

 

Descrição do Equipamento e Itens de Segurança:

Os elevadores consistem basicamente num carro fechado, equilibrado por um contrapeso, que se move por meio de cabos de aço tracionados por um motor elétrico.

Normalmente, os elevadores são contrabalançados por um contrapeso equivalente ao peso do carro vazio mais cerca de 50% de sua capacidade máxima.

O contrapeso reduz a força necessária para elevar o carro, fornecendo também certa desaceleração que serve para auxiliar o controle da velocidade na descida.

Todos os elevadores possuem um sistema de freio principal que fica localizado na máquina de tração, sendo acionado sempre que o elevador for estacionar em determinado pavimento.

Além desse sistema de freio principal, todo elevador possui um sistema de freio de segurança.

Normalmente, a velocidade é controlada pelo limitador de velocidade, porém, quando a velocidade de descida excede o limite pré-determinado, o freio de segurança é acionado travando o elevador junto às guias.

Em todos os poços de elevadores são previstos amortecedores hidráulicos ou de molas de compressão, para reduzir os efeitos de um eventual impacto com o carro.

Outro importante equipamento de segurança é o sistema de travamento das portas de pavimento, que impede o movimento do elevador até que todas estejam completamente fechadas.

Para as portas automáticas, são previstos mecanismos de sensoriamento que impedem que a porta casualmente se feche enquanto um passageiro entra ou sai.

 

Benefícios da Modernização:

Um usuário comum, normalmente, não terá condições de analisar o grau tecnológico e de segurança de um elevador, se a cabina não se mostrar esteticamente atraente e confortável.

O design de uma cabina pode chegar a ponto de influenciar psicologicamente seus usuários, em função da aparente valorização do patrimônio, porém, ela não é o primeiro item no projeto de modernização.

Além das cabinas, os sintomas mais freqüentes do desgaste são as paradas bruscas (trancos), desnivelamento da cabina com o piso do andar (degrau), consumo elevado de energia (picos na partida e frenagem) e custos elevados com manutenção (troca de peças fora de linha).

Assim que o elevador apresentar paralisações frequentes ou despesas excessivas com peças, já é hora de começar a pensar em modernizar.

Porém, é importante lembrar que a manutenção correta e por empresas habilitadas no equipamento, é essencial para um funcionamento seguro e com poucas falhas.

É fundamental realizar este tipo de serviço com empresas que respeitem as exigências legais e sejam cadastradas nos órgãos competentes.

A modernização traz benefícios como o aumento da confiabilidade e da segurança, melhoria da performance, eliminação de ruídos e vibrações, proporcionando viagens mais confortáveis, em muitos casos até cerca de 40% de economia de energia, além de redução no valor do contrato de manutenção e conservação.

A segurança deve ser a prioridade do responsável pela modernização do elevador.

Os itens que devem ser priorizados são a atualização e inovação de importantes componentes do elevador, tais como, o quadro de comando, máquinas de tração, motor, cabinas, botoeiras de cabina e pavimento e indicadores.

Podendo também ser atualizadas peças simples, como por exemplo, espelhos, réguas de segurança, ou ainda, o revestimento da cabina, que valorizam o patrimônio e diminuem a incidência de vandalismo.

A modernização pode ser Parcial ou Integral, porém, nos dois casos, pode-se reaproveitar alguns componentes do elevador antigo.

As empresas fornecedoras podem oferecer propostas diferentes, de acordo com o que avaliaram e os responsáveis podem ficar em dúvida se determinado equipamento deve ser trocado ou não.

Nesses casos, é indicado contratar uma consultoria especializada que, além de dar um parecer sobre a real situação do equipamento, elabora um laudo de modernização, detalhando item a item o que deve ser substituído ou aperfeiçoado, para que cada empresa faça a sua proposta de acordo com essa especificação, fazendo assim, com que as propostas possam ser comparadas de maneira uniforme e com que o responsável possa ter segurança de que está modernizando o que realmente o necessita.

Um projeto de modernização de elevadores pode chegar a alguns milhões e, por isso, o gasto com uma consultoria passa a ser insignificante perto da responsabilidade que a empresa ou condomínio tem na hora de contratar uma modernização.

Além do que, as consultorias têm experiência na negociação desses contratos, podendo reduzir o valor do mesmo, conseguir um financiamento maior, reduzir o tempo de entrega e, checar se o que foi montado está sendo entregue, conforme especificado e contratado.

 

Itens importantes a substituir:

Na reforma ou modernização de um elevador, priorize os sistemas de segurança:

– Quadro de comando, com variador de freqüência e de velocidade;

– Portas e Operadores de portas;

– Limites de fim de curso;

– Cabos de aço;

– Polias;

– Revisão ou substituição da máquina de tração.

 

Além disso, há outros itens que devem ser incluídos para dar segurança ao usuário:

– Iluminação de emergência;

– Alarme de emergência;

– Sistema de comunicação ou Intercomunicador;

– Itens de Acessibilidade (indicação visual e sonora de andares; botoeiras com sensibilidade por pressão e sintetizador de voz; sinalização interna e externa em codificação Braile; altura, em relação ao piso, de botoeiras e painéis; suportes internos para guarda-corpo, bate-macas ou corrimão; etc.);

– Comando de parada no andar mais próximo, em caso de falta de energia, com as portas abertas;

– Conexão com sinalização para acionamento por gerador;

– Réguas de sensores, em toda a extensão das portas.

– Uma chapa de aço colocada abaixo da soleira, também conhecida como avental protetor, para retirada de usuários trancados nas cabinas, entre andares, evitando que alguém caia dentro do poço;

– Indicadores internos e externos de andar.

 

Para as reformas de cabina, é importante saber que:

Estruturas como portas, pisos, tetos e acessórios de cabinas podem ser substituídas por materiais duráveis, bonitos, com preços e condições de parcelamento acessíveis.

Pode-se optar por uma modernização geral ou parcial da cabina, priorizando-se as necessidades de cada edifício, personalizando o interior e elaborando projetos que evidenciem as maiores necessidades dos usuários.

 

Itens de modernização da cabina:

– Revestimentos em aço, folheado em madeira ou em fórmica;

– Espelho;

– Corrimão, Guarda-Corpo e Bate-Macas (simples, duplos ou triplos, com iluminação indireta e com laterais revestidas);

– Portas e operadores de porta (com sistemas de segurança e sensores infravermelhos);

– Subteto, como acrílico ou aço-carbono;

– Sistema de comunicação ou Intercomunicador;

– Piso, como blocos ou placas laminadas, granito ou “paviflex”;

– Botoeiras, com sinalização visual e sonora e;

– Iluminação.

 

Para saber mais, procure as Normas Técnicas relacionadas:

– NBR NM 313:2007- Elevadores de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação – Requisitos particulares para a acessibilidade das pessoas, incluindo pessoas com deficiência.

– ISO 3154:1988 – Stranded wire ropes for mine hoisting – Technical delivery requirements.

– ISO 3155:1976 – Stranded wire ropes for mine hoisting – Fibre components – Characteristics and tests.

– ISO 3156:1976 – Stranded wire ropes for mine hoisting – Impregnating compounds, lubricants and service dressings – Characteristics and tests.

– ISO 4190-5:1987 – Part 5: Lifts and service lifts (USA: elevators and dumbwaiters) -: Part 5: Control devices, signals and additional fittings.

– ISO 4190-6:1984 – Part 6: Lifts and service lifts (USA: elevators and dumbwaiters) -: Part 6: Passenger lifts to be installed in residential buildings – Planning and selection.

– ISO 8383:1985 – Lifts on ships – Specific requirements.

– NM 207:1999 – Ascensores eléctricos de pasajeros – Seguridad para la construcción e instalación: Elevadores elétricos de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação.

– NM 196:1999 – Ascensores de pasajeros y montacargas – Guías para cabinas y contrapesos – Perfil T: Elevadores de passageiros e monta-cargas – Guias para carros e contrapesos – Perfil T.

– NBR NM 207:1999 – Elevadores elétricos de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação.

– NB 233:1975 – Elevadores de segurança para canteiros de obras de construção civil.

– MB 129:1955 – Inspeção de Elevadores e Monta-cargas Novos – Método Brasileiro.

– MB 130:1955 – Inspeção periódica de Elevadores e Monta-cargas – Método Brasileiro.

– NM 267:2001 – Ascensores hidráulicos de pasajeros – Seguridad para la construcción e instalación: Elevadores hidráulicos de passageiros – Requisitos de segurança para construção e instalação.

– NBR 5665:1983 – Cálculo do tráfego nos elevadores – Procedimento.

– NBR 5666:1977 – Elevadores elétricos – Terminologia.

– NBR 7192:1998 – Elevadores elétricos – Elevadores de passageiros, elevadores de carga, monta-cargas e elevadores de maca – Projeto, fabricação e instalação (substituiu a NB 30).

– NBR 10083:1987 – Elevador de degrau sobre esteira – Procedimento.

– NBR 10098:1987 – Elevadores elétricos – Dimensões e condições do projeto de construção.

– NBR 11166:1990 – Elevadores de caçambas para grãos vegetais – Terminologia.

– NBR 10982:1990 – Elevadores elétricos – Dispositivos de operação e sinalização – Padronização.

– NBR 12892:1993 – Projeto, fabricação e instalação de elevador unifamiliar – Procedimento.

– NBR 13994:2000 – Elevadores de passageiros – Elevadores para transporte de pessoas portadoras de deficiência.

– NBR 14364:1999 – Elevadores e escadas rolantes – Inspetores de elevadores e escadas rolantes.

– NBR 14712:2001 – Elevadores elétricos – Elevadores de carga, monta-cargas e elevadores de maca – Requisitos de segurança para projeto, fabricação e instalação.

– NBR 15597:2008 – Requisitos de Segurança para a construção e instalação de elevadores – Elevadores existentes – Requisitos para melhoria da segurança dos elevadores elétricos de passageiros e elevadores elétricos de passageiros e cargas.

 

O elevador é considerado o meio de transporte mais seguro, desde que haja uso adequado, uma manutenção eficiente e com responsabilidade técnica.

 

Agradeço a contribuição e comentários de todos, no Blog e na Web-site.

 

Luciano Martins Gehrke

 

gehrkeluciano@hotmail.com

 

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

 

https://engenharianasaude.wordpress.com/

           

Se receber o texto de um amigo e quiser fazer parte da lista, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com com o assunto “Incluir na lista do Blog”.

 

Para cancelar o seu recebimento, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com

 

Seu comentário pode ser feito direto no blog https://engenharianasaude.wordpress.com/

Muito Além de uma Chamada de Enfermagem:

16 d e agosto d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Decidi voltar a um item técnico que, além de fazer parte da rotina de atendimento ao nosso cliente, tem ampliado sua aplicação no universo hospitalar e em outros mercados, com aplicações similares em restaurantes, estacionamentos, etc.

Um Sistema de Chamada de Enfermagem, como é ainda conhecido, hoje tem muito mais funções e pode facilitar muito a comunicação e os sistemas automatizados de alarmes ou informações em uma empresa como o Hospital.

Vamos começar pelo que habitualmente conhecemos das características de um Sistema de Chamada de Enfermagem:

Atendimento Personalizado:

A eficiência e a rapidez na resposta às chamadas de pacientes têm peso importante na avaliação da qualidade do atendimento hospitalar.

Quando a comunicação é rápida, clara e precisa, as equipes médicas e enfermagem têm maiores chances de recuperar pacientes, alem de deixá-los mais satisfeitos.

Quilômetros Poupados:

A movimentação de pessoas dentro de um hospital é sempre intensa.

Longos corredores, leitos distantes, longas caminhadas e muito desgaste físico dos profissionais da saúde.

Por falta de sistemas adequados de comunicação, o profissional tem que percorrer diariamente muitos quilômetros.

Perde-se tempo e energia nessa constante movimentação.

Pacientes tem que esperar mais pelo atendimento.

Um hospital geralmente possui uma grande equipe que trabalha 24 horas por dia, o ano todo. E, os minutos poupados, por hora de trabalho, de cada profissional, representarão ao final do ano uma economia considerável de tempo e energia.

Integração de Sistemas de Chamada e Comunicação:

Um sistema adequado de Chamada de Enfermagem inverte este processo, levando as solicitações dos pacientes a esses profissionais, instantaneamente, onde quer que estes se encontrem.

A comunicação realizada pela integração de um sistema de Chamada de Enfermagem com pagers e ramais móveis possibilita o contato direto e instantâneo com os pacientes, poupando quilômetros andados.

Um exemplo típico é a comunicação com pacientes em Viva Voz.

O paciente aciona a pera e a enfermeira responde, em um primeiro atendimento, em sistema full-duplex, sem a necessidade de se deslocar até o leito.

Instalação e Manutenção:

Os periféricos de um sistema de chamada de enfermagem podem ser fixados na parede ou embutidos em um painel.

Em ambas as formas de montagem o projeto deve resultar em uma instalação rápida e fácil. Sistemas cuja passagem de cabos torna-se difícil e exclusiva do fabricante tendem a ser mais caros com o passar do tempo.

Todos os componentes do sistema devem ser fabricados com matérias primas de alta qualidade, resistentes a sujeira, pó, umidade ou imersão em líquidos, o que os tornam duráveis e de fácil limpeza.

A manutenção dentro dos quartos deve ser mínima, evitando-se a entrada de técnicos junto aos pacientes.

A melhor forma de manutenção deve ser a substituição pontual do produto, para que o conserto seja externo, liberando o leito rapidamente para utilização.

Flexibilidade e Configurações Econômicas:

Uma das características exigidas de um sistema de chamada de enfermagem é sua flexibilidade de configuração, dando ao hospital a possibilidade de encontrar uma que se adapte melhor às suas necessidades e de seu orçamento.

Inúmeras opções de integração com outros sistemas de comunicação devem ser oferecidas pelo sistema, desde as mais econômicas até as mais sofisticadas, sem perder a eficiência, a confiabilidade e o design.

Gerenciamento de Chamadas:

Para o Administrador da unidade ou do Hospital é importante acompanhar o desempenho do atendimento aos pacientes.

Além disso, dispor de registros com a hora e minuto em que as chamadas foram efetuadas e atendidas, acompanhar a carga de trabalho dos profissionais, quais pacientes originam mais chamadas, podem ser funções importantes para o hospital.

Para estas finalidades os sistemas de chamada de enfermagem devem fornecer ou exportar estes dados em forma de relatórios, com softwares opcionais para apresentar dados estatísticos em forma de gráficos.

O sistema deve permitir estabelecer configuração de prioridades de chamadas e emissão de sinais sonoros diferentes para essas chamadas.

Além disso, deve permitir, em uma configuração mais completa, o acionamento de outras equipes, como hotelaria, governança ou manutenção, inclusive por pagers ou bips.

Outras Características:

Os periféricos do Sistema devem ser projetados obedecendo aos conceitos de funcionalidade, ergonomia, design e robustez.

A pera do paciente deve ser esterilizável, inclusive por imersão, para prevenir infecções hospitalares.

Um modelo opcional de pera deve ser capaz de reunir, em um único controle, recursos de hotelaria tais como controle de TV, de música ambiente, controle das luzes do quarto e outros, sem que o paciente tenha que se movimentar.

Outra característica deve ser a simplicidade de operação.

As unidades de chamada devem ter os botões de acionamento claramente identificados através de diferentes cores, que representam diversos níveis de chamada, facilitando o uso e evitando erros.

Código Azul – Emergência ou Parada Cardíaca:

Em casos de emergência também conhecidos como código azul, onde segundos são cruciais, o sistema deve fazer o trabalho de comunicação, permitindo o socorro imediato.

Equipes de médicos e enfermeiras da reanimação de pacientes devem ser avisadas instantaneamente através de mensagem sonoras e vibratórias em seus pagers.

A mensagem apresentada na tela dos pagers da equipe deve indicar o local da chamada, por exemplo, o número do quarto do paciente em estado crítico.

Em alguns hospitais esse sistema pode integrar o acionamento de um dos elevadores de pacientes, que pode aguardar a equipe no andar de origem com as portas abertas e ser acionado ou liberado somente mediante senha.

Exemplo de Configuração:

Display de mensagens de chamada (Posto);

Acionadores de paciente, por quarto, com cordão longo, em mais de uma posição, além da cabeceira da cama, dependendo da área e da distribuição do leito. (O futuro talvez nos permita uma solução sem fio, de baixo custo);

Acionadores de presença da enfermagem ou outras equipes como higienização, governança, hotelaria, manutenção, etc.;

Chamada de emergência (Parada Cardíaca);

Sistema de Sinalização nas portas dos leitos, permitindo cores e emitindo sons diferentes, conforme as chamadas e atendimentos;

Acionador de banheiro, com cordão longo, em mais de uma posição, dependendo do tamanho e da distribuição do ambiente. (O futuro talvez nos permita uma solução sem fio, de baixo custo);

Sistema integrado de Viva-voz (full-duplex) com base e monofone no posto e telefone sem fio, com identificador de chamadas;

Alarmes de sistema de infusão;

Controle de TV integrado;

Controle de luzes integrado;

Possibilidade de outros controles integrados (persianas, ar condicionado, camas, etc.);

Servidor e software dedicados, que funcionem no mesmo micro da área de atendimento do posto de enfermagem;

Interfaces com outros sistemas (Bip, Pager, Celular, Ramais Móveis, Fixos, etc.).

O que saber na hora de adquirir?

Visitar outros usuários e ouvir suas opiniões e experiências com os equipamentos;

Experiência da empresa fornecedora nesse mercado;

Conhecer a equipe de instalação e manutenção do fornecedor;

Saber se o sistema possui alguma certificação nacional ou internacional;

Quais as evoluções do sistema nos últimos anos e o que está incluso em sua proposta;

Garantia e o que está incluso em sua proposta;

Custo do contrato de manutenção ou peças de reposição;

Integração com sistemas de comunicação existentes no Hospital (central de telefonia, pagers, etc.);

Integração com outros softwares de gerenciamento ou alarmes existentes no Hospital.

 

Espero ter ajudado a informar um pouco mais sobre esse produto, que tem aumentado sua importância nas Instituições de Saúde.

Agradeço a contribuição e comentários de todos, no Blog e na Web-site.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

https://engenharianasaude.wordpress.com/

Se receber o texto de um amigo e quiser fazer parte da lista, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com com o assunto “Incluir na lista do Blog”.

Para cancelar o seu recebimento, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com

Seu comentário pode ser feito direto no blog https://engenharianasaude.wordpress.com/

Plano de Gerenciamento de Crise em Empresas da Área da Saúde

2 d e agosto d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Os acontecimentos dos últimos meses, que incluem a crise financeira global e a forma de divulgação pela mídia do surto ou pandemia de gripe, me levaram a escrever sobre Planos de Contingência ou Gerenciamento de Crise em nossas empresas.

 

O enfoque principal de um Plano de Gerenciamento de Crise é o atendimento de ocorrências anormais, que configuram situações de emergência, contingência, ou outros nomes similares.

Qualquer ocorrência que possa provocar repercussões públicas, que possa afetar a imagem de sua empresa, deve disparar o acionamento do seu plano de gerenciamento de crise.

 

Entende-se por Gerenciamento de Crise o processo de gestão necessário ao tratamento àquele evento sério e negativo.

 

E, por Gerenciamento de Risco, as atividades de identificação dos perigos existentes e de suas causas, cálculo dos riscos que estes perigos representam, elaboração e aplicação de medidas de redução destes riscos, quando necessárias, com a posterior verificação da eficiência das medidas adotadas.

 

Cito, abaixo, alguns exemplos de situações de crise, que envolveram diretamente a área da saúde no Brasil:

 

– AIDS (1979);

– Incidente com Césio – Goiânia / GO (1987) – Radioterapia abandonada;

– Incêndio em Hospital – Florianópolis / SC (1994);

– Mortes em Hemodiálise – Caruaru – PE (1996 e 2003) – Água;

– Mortes em Clínica – RJ (1996) – Higiene;

– Falta de Oxigênio em Hospital – AM (2006);

– Incêndio e Mortes em Hospital Psiquiátrico – RS (2006);

– Incêndio em Hospital – SP (2007) – Subestação;

– Incêndio em Hospital – BA (2007) – Central de Ar Condicionado;

– Incêndio em Hospital – RS (2008) – Ressonância Magnética;

– Incêndio em Hospital – RS (2008) – Lanchonete;

– Mortes de bebês em Hospital – PA (2008) – Falta de Condições…;

– Gripe Suína (2009);

 

Em muitos deles, podemos relacionar com algumas causas abaixo citadas:

 

– Instalações e infra-estruturas inadequadas;

– Aquisição de equipamentos com especificações inadequadas;

– Conservação ou Manutenção inadequada;

– Oficinas de manutenção inadequadas;

– Peças de reposição de baixa qualidade;

– Falta de gerenciamento de informações ou de comunicação interna;

– Falta de processos ou cultura de prevenção e calibração;

– Não cumprimento de Normas Técnicas;

– Profissionais com treinamento insuficiente;

– Pouca troca de informações entre Hospitais, Fabricantes e Representantes.

 

Como sugestão de uma forma de enfrentar essas ocorrências, é importante a formação de um Comitê de Gerenciamento de Crise, composto, por exemplo, de:

 

– Um representante da Diretoria;

– Um representante da Engenharia e Manutenção;

– Um representante da TI;

– Um representante do SESMT;

– Um representante de RH;

– Um representante de Marketing e Assessoria de Imprensa;

– Um representante de Facilities;

– Dois ou mais representantes das áreas de negócio (enfermagem e médica) da empresa.

 

As principais tarefas desse comitê serão:

 

– Saber quais estruturas da empresa são essenciais e não podem parar;

– Conhecer bem as instalações e serviços da empresa;

– Estabelecer a função principal de cada envolvido;

– Ter os contatos atualizados dos gestores da empresa, no celular e em casa;

– Participar do planejamento e visão geral, de cada semana da empresa;

– Reunir-se para discutir e treinar, uma situação de risco da sua empresa;

– Estabelecer os locais e materiais para serem usados em caso de crise;

– Estar habilitado e treinado para atender a imprensa;

– Ter autoridade e autonomia financeira para falar e agir em nome da empresa;

– Ter sempre um plano B para cada procedimento de crise;

– Ter sempre mais de um profissional habilitado, para cada função estratégica do comitê.

– Discutir a confecção de um Manual de Gerenciamento de Crise;

 

O Manual de Gerenciamento de Crise deve ser adaptado a sua realidade.

Faço, a seguir, uma sugestão de estrutura inicial desse manual, dividido em 5 partes:

 

a) Controle de Versões e Revisões: deve ser a primeira folha do manual, para manter sua atualização;

 

b) Análise de Riscos e Ações Preventivas: conterá atas de reuniões, com assuntos já discutidos, check-list, mapas de preventivas, calibrações, normas técnicas pertinentes, etc.;

 

c) Planejamento: contém itens locais de preparação e detalhe de cada empresa ou região, tais como, contatos importantes, informações da empresa, composição do comitê gestor de crise, treinamentos, documentos e formulários, gerenciamento da imprensa, plantas, detalhes construtivos e sistemas de segurança internos.

 

d) Procedimentos: é mais abrangente e comum a todas as empresas, tais como, a descrição das ações a fazer em situações de emergência ou crise, quais são as situações possíveis de ser enfrentadas e outras inusitadas que podem acontecer, dicas do que não fazer, além de ações de recuperação de danos.

 

e) Reconstrução: Após o final da crise, a empresa precisa aprender com o que aconteceu e retomar suas atividades.

 

Lembre-se que nos diversos exemplos de crises, sua empresa deve estar preparada para atender a imprensa.

 

Para isso, é fundamental treinar o Comitê de Gerenciamento de Crise para:

 

– Comportamento perante Mídia, Colaboradores e Clientes;

– Definir Quem Fala;

– Definição de Procedimentos;

– Divulgação de Notícias;

– O Que Não Fazer;

 

Lembre-se que sua empresa não pode descansar até que tudo seja resolvido e tenha voltado ao normal, ou seja, que a crise tenha sido encerrada.

No final, quando a crise estiver encerrada, sua empresa deve criar mecanismos de aprendizado, descobrir o que deu errado e por que.

 

Para isso, é fundamental a etapa de Reconstrução, onde se deve:

 

– Decretar o “FIM da CRISE”;

– Voltar à condição Normal de Operação;

– Divulgar as notícias sobre a situação da empresa após a crise;

– Identificar os custos da Crise;

– Aprender e prepara-se para evitar situações similares;

– Enviar uma comunicação para funcionários e stakeholders;

– Atualizar o Manual de Gerenciamento de Crise.

 

Proponho que as empresas da área da saúde e nossas Associações ou Sociedades discutam esse assunto e troquem experiências nessa área, com análises críticas sobre os principais eventos.

 

Podemos aprender muito, uns com os outros, através de encontros periódicos, Comitês intra e intersetoriais e divulgando os telefones de plantão dos hospitais.

 

Como sugestão final, informo onde encontrar mais Informações:

 

– Outras empresas (Hospitais que já tenham desenvolvido seu Manual);

– Livros;

– Cursos específicos sobre Gerenciamento de Risco;

– Web-sites (usando palavras chave como risco, crise, contingência);

– Web-site da Defesa Civil;

Normas Técnicas Correlacionadas, das quais cito algumas abaixo:

 

– RDC 50 (Construção e Reforma de Estabelecimentos de Assistência à Saúde);

– RDC 59 (Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos);

– NBR 13534 (Segurança Elétrica em Estabelecimentos Assist. de Saúde);

– Resolução 9 (Qualidade de Ar Interno em Ambientes Climatizados);

– NR-13 (Norma Regulamentadora sobre Caldeiras e Vasos sobre Pressão);

– Portaria 3214 (Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho);

– Portaria 518 (Qualidade de Água para Consumo);

– NBR 12188 (Agentes Oxidantes para Uso Medicinal);

– NR-10 (Norma Regulamentadora de Instalações e Serviços de Eletricidade);

– ISO 9001:2000 e ISO 13485:2003/4 (Interpretação dos Requisitos e Implementação de Sistema de Gestão da Qualidade);

– ISO 14971:2003 (Métodos e atividades de Gerenciamento de Risco);

– IEC 60601-1 (Segurança e Gerenciamento de Risco).

 

Lembrem-se, a imagem de uma empresa leva anos para ser consolidada e apenas um erro importante para ser destruída, custando muito caro ou sendo impossível refazê-la.

 

Agradeço a contribuição e comentários de todos, no Blog e na Web-site.

 

Luciano Martins Gehrke

 

gehrkeluciano@hotmail.com

 

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

 

https://engenharianasaude.wordpress.com/

 

Se receber o texto de um amigo e quiser fazer parte da lista, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com com o assunto “Incluir na lista do Blog”.

Para cancelar o seu recebimento, envie um e-mail para gehrkeluciano@hotmail.com

 

Seu comentário pode ser feito direto no blog https://engenharianasaude.wordpress.com/

Pesquisas e Invenções Espaciais Aplicadas na Área da Saúde

19 d e julho d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Dia 20 de Julho, fez 40 anos que o astronauta americano Neil Armstrong pisou na Lua.

Por trás desse fato tão marcante, bilhões de dólares foram investidos para que esse primeiro passo fosse dado.

Em 1958, o presidente americano Dwight Eisenhower (1953-1961) assinou a Lei do Espaço, criando oficialmente a Agência Espacial Americana, a Nasa.

A lei estipulava que suas pesquisas e avanços deveriam beneficiar toda a população e, em seus 51 anos de história, a Nasa certamente preencheu esse requisito.

A Nasa registrou mais de 6.300 patentes com o governo americano [fonte: Nasa Scientific and Technical Information].

Muitos inventos importantes para nossa vida, inclusive na área da saúde, foram decorrentes desse investimento na corrida ao espaço.

Todos os anos, desde 1976, a Nasa vem publicando uma lista de toda tecnologia e produto ligado à sua pesquisa.

O jornal “Spinoff”, da Nasa, destaca esses produtos, que incluem coisas como marca passos melhorados, máquinas de exercícios e rádio satélite.

Comento alguns desses inventos, usados na área da saúde, em homenagem a data específica e a quanto pode ser feito em busca de uma meta que parecia impossível.

Certamente as coisas seriam muito diferentes sem o desenvolvimento de equipamentos e instrumentos para manter os astronautas e as naves no espaço.

Imagens Médicas:

A Nasa desenvolveu meios de processar os sinais que vinham das naves espaciais para produzir imagens mais claras.

Essa tecnologia também permite produzir imagens fotográficas de nossos órgãos, como as vistas em uma ressonância magnética ou em uma tomografia computadorizada.

Termômetro Infravermelho:

Medir a temperatura corporal, quando se está doente, pode ser um procedimento complicado, seja com termômetro de mercúrio ou termômetro retal.

Em 1991, os termômetros infravermelhos que você coloca no ouvido conquistaram o mundo ao simplificar o processo de medir a temperatura de uma pessoa – principalmente de crianças e bebês.

A Diatek, que desenvolveu o primeiro desses tipos de termômetros, viu a necessidade de reduzir o tempo gasto pelas enfermeiras medindo temperatura dos pacientes.

Com cerca de 1 bilhão de temperaturas medidas nos hospitais americanos anualmente e um número de enfermeiras cada vez menor, a empresa se viu obrigada a começar a cortar os preciosos minutos gastos na observação da subida do mercúrio [fonte: NASA Science and Technical Information] do termômetro tradicional.

Em vez disso, a Diatek tirou vantagem dos avanços anteriores da Nasa na medição da temperatura de estrelas com a tecnologia de infravermelho.

 Junto com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), a empresa inventou um sensor infravermelho que serve como termômetro.

Os termômetros auriculares medem nossa temperatura medindo a quantidade de energia que o tímpano desprende dentro do canal do ouvido.

Os modelos para hospital podem medir a temperatura em menos de dois segundos.

Lentes para Óculos:

Em 1972, a vigilância sanitária dos EUA (Food and Drug Administration) começou a exigir que os fabricantes usassem plástico em vez de vidro para fazer lentes de óculos.

O plástico é mais barato de usar, melhor na absorção de radiação ultravioleta, mais leve e não estilhaça [fonte: Space Technology Hall of Fame].

Contudo, plásticos desprotegidos tendem a arranhar facilmente e lentes arranhadas podem danificar a vista do usuário.

A sujeira e as partículas, encontradas nos ambientes espaciais, levou a Nasa a desenvolver um revestimento para proteger os equipamentos no espaço, particularmente os visores dos capacetes dos astronautas.

Reconhecendo ali uma oportunidade, a Foster-Grant, fabricante americana de óculos de sol licenciou a tecnologia da Nasa para seus produtos.

A cobertura especial para plásticos tornou seus óculos escuros dez vezes mais resistentes a arranhões do que os de plástico não revestido [fonte: Space Technology Hall of Fame].

Além disso, ela bloqueia os raios ultravioletas que podem prejudicar a visão.

Exame de Visão:

O exame diagnóstico de visão, em que o médico nos pede para ler as letras de diversos tamanhos de um cartaz colado na parede a alguns metros de distância de nós, usa técnicas desenvolvidas pela Nasa para processar imagens espaciais e encontrar rapidamente algum defeito.

Aparelho Ortodôntico:

Ter os dentes em ordem costumava significar encher a boca de metal.

Aparelhos ortodônticos invisíveis chegaram ao mercado em 1987 e agora existem várias marcas.

Os aparelhos ortodônticos invisíveis são feitos de alumina translúcida policristalina (TPA).

Uma empresa chamada Ceradyne desenvolveu a TPA em conjunto com a unidade de pesquisas de cerâmica avançada da Nasa (Nasa Advanced Ceramic Research) para proteger as antenas infravermelhas dos rastreadores de mísseis termoguiados.

Espuma de Poliuretano de Alta Resistência:

A espuma Tempur, encontrada em várias marcas de colchões, travesseiros e almofadas foi desenvolvida originalmente para vôos espaciais e, mais tarde, para uso doméstico.

O plástico de silício-poliuretânico de célula aberta (espuma de poliuretano de alta resistência), que ficou conhecido como espuma espacial, foi criado para uso nos assentos das espaçonaves da Nasa com a finalidade de diminuir o impacto durante os pousos.

Os médicos podem moldar a espuma para suportar pacientes, enquanto reduzem a pressão de certas partes do corpo para evitar escaras, por exemplo.

Algumas empresas também integraram a espuma Tempur a próteses de braços e pernas, porque ela tem a mesma aparência e comportamento da pele, diminuindo a fricção entre a prótese e as juntas.

Ferramentas Sem Fio:

Quando você está aspirando a poeira com um aspirador sem fio, na verdade você está usando a mesma tecnologia que os astronautas usaram na lua.

Embora a Black & Decker tenha inventado as primeiras ferramentas à pilha em 1961, a pesquisa relacionada da Nasa ajudou a redefinir a tecnologia que levou a instrumentos médicos leves e sem fio, aspiradores de pó e outras ferramentas.

Filtro para Água:

Os astronautas precisavam de uma maneira de limpar a água que eles levavam para o espaço, já que bactérias e doenças seriam altamente problemáticas.

A tecnologia de filtrar água já existia desde o começo dos anos 50, mas a Nasa queria limpar a água em situações mais extremas e mantê-la limpa por períodos mais longos de tempo. Para isso, usou blocos de carvão vegetal.

Esse carvão é especialmente ativado e contém íons de prata que neutralizam patógenos na água e previnem o crescimento de mais bactérias.

As empresas emprestaram essa tecnologia espacial para nos trazer os sistemas de água filtrada usados por milhões de pessoas em todo o mundo.

Além desses, podemos citar o desenvolvimento dos monitores de sinais vitais à distância, as fraldas infantis descartáveis ou o código de barras, que simplificou o comércio e que foi uma invenção da NASA, para identificar os milhares de peças de suas naves, que são muito utilizados nos materiais e medicamentos.

Há muitas outras invenções em diversos campos de estudo, decorrentes da corrida espacial, que produziram influências significativas na Área da Saúde, sejam eles em Comunicação via Satélite, Segurança, Alimentos Desidratados, Materiais e Roupas Especiais e Softwares.

Agradeço a todos pelos comentários no Blog e na Web-site.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br

https://engenharianasaude.wordpress.com

Sistema de Gerenciamento de Ordens de Serviço

7 d e julho d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Quando escrevi sobre antecipar as necessidades dos clientes, mencionei a importância de um Sistema de Gerenciamento de Ordens de Serviço que auxiliasse na Engenharia de Manutenção.

Nesse texto, abordarei a escolha de um Sistema de Gerenciamento de Ordens de Serviço, citando algumas perguntas que devem ser feitas antes de sua aquisição.

Perguntas de assuntos gerais:

a) Como é a estrutura da empresa que está vendendo ou desenvolvendo esse sistema? É uma empresa conhecida, com experiência e confiável? Quem recomendou?

b) Em que empresas similares a do cliente, ou de outros ramos, o sistema já está implantado e em operação no País? Visite outros clientes.

c) Qual a plataforma de base de dados utilizada pelo sistema? Sua empresa usa a mesma? Se o sistema usa outra plataforma de dados, qual o custo desta? Pode ser feita interface entre as bases?

d) Qual o hardware ideal para processamento do sistema?

e) Como o sistema trabalha em rede corporativa? Há limitação de usuários simultâneos?

f) Pode ser usado em mais de uma unidade? Como é a comunicação e atualização à distância?

g) Posso testar o sistema por um tempo, antes de adquiri-lo?

Implantação e Operação:

h) Como é o suporte para implantação e operação?

i) Quais os recursos necessários para implantação (tabelas, dados técnicos, tarefas, tempos, custos, etc.)?

j) Como é a navegação entre os módulos? Há facilidade operacional e telas amigáveis?

k) O sistema possui configuração de senhas de acesso e segurança?

l) Para o usuário final é simples a operação, abertura e visualização das ordens de serviço?

m) Como o sistema trata os custos com a manutenção? Quais os itens que compõe o custo das ordens de serviço?

n) O sistema permite distinguir entre ordens de serviço realizadas internamente daquelas feitas por terceiros?

o) O sistema permite que o cliente final avalie o trabalho do pessoal da manutenção? (item importante para a acreditação e para a ISO, que exigem melhoria contínua)

p) Quais são os relatórios e gráficos pré-configurados?

q) Quais as facilidades para geração de outros relatórios e gráficos?

r) Como funciona o planejamento de manutenção, programações, recursos, simulações, modificações, etc.?

s) O sistema tem um módulo financeiro?

t) O sistema tem um módulo de BI?

u) Como é a importação e exportação de dados ou arquivamento de anexos?

v) O sistema permite troca de dados com a internet ou mensagens para outros sistemas de comunicação (celular, bip,…)?

Custos:

w) O custo do sistema inclui o treinamento de pessoal? Até quantas pessoas?

x) O custo do sistema inclui sua instalação? Com deslocamentos, viagens e hospedagem?

y) O custo do sistema inclui o levantamento de dados de cadastro?

z) O custo do sistema inclui adequações de programação a realidade do usuário (customização)?  De que forma e em que quantidade?

aa) A quantidade de usuários operando em rede interfere no custo de aquisição? Quanto? O custo é total ou para cada cópia fornecida?

ab) O sistema pode ser adquirido de forma modular, sem exigir adequações, à medida que sejam implantados novos módulos?

ac) Qual a taxa anual de manutenção do sistema? E quando se inicia? Solicite uma minuta de contrato de manutenção.

Após a seleção técnica devem ser explicitadas todas as questões particulares:

1) O objeto do contrato (ex.: cessão de direitos de uso);

2) As características fundamentais, as específicas e os critérios de customização;

3) O universo de utilização do sistema;

4) A estrutura operacional, o hardware e software que deve existir na empresa;

5) As interfaces exigidas para operacionalização do sistema;

6) A documentação a ser fornecida com o sistema;

7) Os critérios de treinamento, durante e após a implantação do sistema;

8 )  Os custos e prazos para as necessidades futuras (hora técnico, hora de desenvolvimento, …);

9) A minuta do contrato de manutenção;

10) A duração do contrato e as condições em caso de rompimento, com cópia dos dados em formato legível por outro sistema, ao final do contrato.

Deve ser definido um Cronograma de implantação do sistema:

1) Os gerentes devem estar conscientes de que a seleção do software não encerra a tarefa de informatizar o processo da manutenção,  uma vez que a formação dos cadastros iniciais vão necessitar de grande investimento de tempo para conseguir que o sistema esteja em condições de operar.

2) Cabe destacar as dificuldades que serão encontradas para iniciar a operação do sistema depois de instalar e processar os arquivos básicos.

3) Essas dificuldades estão muito relacionadas a reações do pessoal de execução da manutenção em aceitar as novas metodologias e preencher corretamente os documentos para realimentação do sistema.

4) Assim como as reações dos solicitantes de serviços em efetuar seus pedidos através do órgão competente, atribuir corretamente o grau de prioridade e avaliar os serviços.

5) Normalmente, estas dificuldades são superadas somente entre 1 e 2 anos, a partir da implementação do sistema.

6) Qualquer sistema só terá sucesso se sua implantação contar com o comprometimento de todo o corpo diretivo e gerencial da empresa.

 

Enfim, a escolha de um sistema não é simples e cada vez mais deve ser pensada, em função da atualização e necessidades dos usuários.

Agradeço imensamente ao amigo Mario Steffen, que conhece muito desse tema e colaborou para sua publicação de forma correta.

Agradeço a contribuição e comentários de todos, no Blog e na Web-site.

 

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

https://engenharianasaude.wordpress.com/

Sustentabilidade

21 d e junho d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

 

Com a notícia da semana passada, sobre o relatório do Greenpeace, que provocou uma multinacional de artigos esportivos, a chamar um de seus fornecedores, para saber sobre a origem do couro, volta nossa atenção para o assunto Sustentabilidade Corporativa.

 

Para abordar um pouco mais desse assunto, é preciso um pouco do referencial teórico e histórico.

 

No final dos anos 60, se inicia, nos Estados Unidos, um estudo sobre o sistema de avaliação de projetos de Instituições, chegando a três conclusões:

 

– Imprecisão, responsabilidade indefinida e avaliação conflitiva.

 

Em função desse estudo, na década de 70, surgem Métodos de Estruturas Lógicas para o desenho e avaliação de projetos, inicialmente nos Estados Unidos, depois, no Canadá, Paquistão e Alemanha.

 

O Método da Estrutura Lógica define níveis de responsabilidade:

 

a) Hipóteses, que são as premissas que analisam as incertezas, desde o início;

b) Pressupostos, que são as condições determinantes do sucesso em cada nível do projeto;

c) Insumos, que são os recursos que consumimos e as atividades que executamos;

d) Produtos, que são os resultados;

e) Propósito, que é a razão da Instituição de investir na produção dos resultados e;

f) Fim, que relaciona o projeto a objetivos maiores, comuns a várias instituições, ou nacionais.

 

Com isso, o conceito de Sustentabilidade passou a fazer parte da linguagem das Instituições, primeiro por empresas sem fins lucrativos, onde estava voltada apenas para recuperação de ativos financeiros investidos na produção, ou para condições de equilíbrio financeiro.

 

Porém, na década de 80, a noção de Desenvolvimento Sustentável foi introduzida, através de um artigo de Robert Allen, chamado “How to Save the World”, baseado em um livro publicado pelas ONGs IUCN e WWF e pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.

 

Em 1988, a partir do relatório Brundtland, de nome “Nosso Futuro Comum”, iniciou-se uma ampla discussão, aceitação e impacto mundial, em meios políticos e científicos.

 

Com isso, surge a primeira definição de Desenvolvimento Sustentável como: “Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”.

 

Ou seja, o termo Sustentabilidade passa de apenas uma contabilidade de ativos para um foco mais amplo de uma gestão duradoura e equilibrada.

 

Hoje, a Sustentabilidade Corporativa é analisada, nos termos de Gestão, de três formas, onde a Sustentabilidade Ambiental analisa a proteção ambiental, a Social analisa a comunidade e a equidade e a Econômica analisa o crescimento econômico.

 

Para a Sustentabilidade Ambiental, podemos citar algumas ações que podem ser tomadas pelas empresas:

 

– Eficiência Energética;

– Uso de equipamentos com menor consumo de Energia;

– Uso de energia menos poluente e Tecnologias limpas;

– Conservação de Água;

– Tratamento de Esgoto e Efluentes;

– Gestão adequada de resíduos (3R – Reduzir, Reutilizar e Reciclar);

– Uso de papel reciclado;

– Processos ou programas de redução de uso de papel;

– Uso de madeira certificada, em manutenções ou confecções de mobiliário;

– Compra de móveis que usem madeira certificada;

– Eliminação de mercúrio em equipamentos e materiais;

– Descarte adequado de lâmpadas fluorescentes;

– Diminuição de ruídos externos (ar condicionado, caldeira, carga e descarga);

– Uso de frota de veículos com combustíveis menos poluentes;

– Uso de tecidos orgânicos;

– Gestão de projetos LEED (Leadership in Energy & Environmental Design), conforme o Green Building Council.

 

Para a Sustentabilidade Social, também podemos citar algumas ações que podem ser tomadas pelas empresas:

– Diversidade em RH;

– Gestão de Fornecedores;

– Compra e uso de produtos locais;

– Reverberar ações nos fornecedores e clientes;

– Alfabetização de colaboradores e fornecedores;

– Código de Ética;

– Ouvidoria;

– Relações com a Comunidade;

– Acessibilidade;

– Gestão de Risco (social e que possam influenciar a comunidade);

– CIPA e Segurança do Trabalho;

– Empresa livre do Fumo;

– Adoção de praças e espaços públicos;

– Programas culturais para a comunidade;

– Programas nutricionais e de incentivo a esportes.

 

Para a Sustentabilidade Econômica, também podemos citar algumas ações que podem ser tomadas pelas empresas:

– Gestão Eficiente de Recursos;

– Gestão de Riscos (que possam influenciar a imagem e questões financeiras da empresa);

– Uso de Financiamentos dirigidos para empresas sustentáveis;

– Uso da melhoria da imagem como preferência dos clientes e reconhecimento público;

– Obediência a normas, leis e regulamentos que evitem multas ou prejudiquem a imagem da empresa;

 

Nas Instituições Hospitalares, muitos dos exemplos acima devem ser implantados.

 

Mesmo que a Sustentabilidade Econômica possa sobrepor às demais, nossa missão, que é a saúde, deve levar em conta às questões Ambientais e Sociais.

 

Agradeço mais uma vez às contribuições e sugestões no Blog e no Web-Site.

 

Luciano Martins Gehrke

 

gehrkeluciano@hotmail.com

 

http://www.gerenciamentodecrise.com.br/site

 

https://engenharianasaude.wordpress.com/

Consumo Consciente

4 d e junho d e 2009

Prezados Amigos e Colegas,

Dia 05 de junho, é o dia mundial do Meio Ambiente.

Em função disso, resolvi publicar um texto a esse respeito, juntando um pouco de web-sites especializados e comentando sobre uso racional de água e energia elétrica nas Instituições de saúde.

Água:

Todos os dias você escova os dentes, toma banho, lava as mãos, faz comida, lava a louça e a roupa, utiliza a descarga.

Você já pensou o quanto tudo isso consome de água por dia?

Que cada minuto de banho gasta de 3 a 6 litros de água?

Que 40 milhões de brasileiros não têm acesso a água?

Um europeu gasta de 140 a 200 litros por dia, um norte-americano, de 200 a 250 litros, enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água disponíveis a cada dia para cada morador.

Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o consumo médio diário por habitante da cidade de São Paulo é de 200 litros de água, considerado altíssimo.

Que o índice de desperdício de água no Brasil chega a 40% entre a produção e os domicílios?

Pesquisei alguns trabalhos e com colegas de outros hospitais e chegamos a um valor médio de 1,2 m3 de água por paciente/dia por mês, independente das características de infra-estrutura dos hospitais pesquisados.

Embora o valor encontrado não seja alto, em função do trabalho que todos já fazem para reduzir consumo e custos, precisamos melhorar.

A Sabesp, em seu web-site (www.sabesp.com.br), propõe algumas soluções através de um Programa de Uso Racional de Água (PURA), compostas de diversas ações, como:

– Levantamento do perfil de consumo e avaliação do potencial de redução;

– Diagnóstico preliminar das instalações hidráulicas;

– Caracterização de hábitos e vícios de desperdício;

– Elaboração de cadastro de rede de água e rede de incêndio;

– Pesquisa / correção de vazamentos em rede de água, reservatórios e instalação hidráulica predial;

– Estudo de alternativas para substituição de equipamentos hidráulicos convencionais por equipamentos economizadores de água;

– Estudo de alternativas para reaproveitamento de água de processo e utilização de água de reuso;

– Implantação de programa específico para redução de consumo de água em cozinhas industriais, hotelaria e lanchonetes;

– Controle de qualidade da água do imóvel;

Energia elétrica:

Diariamente, você faz funcionar luzes e eletrodomésticos.

Você já pensou em quanta Natureza é preciso “empregar” para fazer tudo isso funcionar?

Assim, com o aumento de consumo e a necessidade de produzir cada vez mais energia elétrica, torna-se necessário represar mais rios e inundar mais áreas, reduzindo as florestas, impactando a vida de milhares de outros seres vivos, retirando comunidades de suas terras e alterando os climas locais e regionais como aumento das superfícies de evaporação.

Pesquisei alguns trabalhos e com colegas de outros hospitais e chegamos a valores distintos, dependendo muito das características, equipamentos e tamanho das Instituições, entre 50 a 150 kW/h por paciente/dia por mês.

 Embora saiba que já se faz muito para reduzir consumo e custos, segue mais algumas dicas simples, que sempre precisamos lembrar para melhorar nossos resultados.

A Celpa, Energia do Pará, através do seu web-site (www.gruporede.com.br), dá dicas de uso racional de energia, conforme abaixo:

– Substitua as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes.

– Durante o dia, dê preferência à iluminação natural. Abra cortinas, janelas e persianas e nunca esqueça de apagar as luzes de ambientes vazios.

– Não pinte o teto e paredes internas com cores escuras.

– Mantenha portas e janelas fechadas durante a utilização do ar condicionado e não instale o aparelho exposto aos raios solares.

– A limpeza do filtro do ar condicionado deve ser feita freqüentemente. A sujeira acumulada dificulta a passagem do ar e força o aparelho, provocando aumento do consumo de energia.

– Mantenha o aparelho de ar condicionado desligado quando o ambiente em que o mesmo se encontra estiver vazio.

– Mantenha o termostato do ar condicionado regulado num ponto médio. Se o aparelho tiver timer, programe-o para desligar algumas horas antes de acordar.

– Coloque o chuveiro elétrico na posição “verão” nos dias quentes, pois o consumo é 30% maior na posição “inverno”.

– Mantenha limpos os orifícios de passagem de água do seu chuveiro elétrico.

– Evite tomar banho de chuveiro elétrico nos horários de pico (das 17h às 22h).

– Observe a borracha de vedação da sua geladeira periodicamente. Vedação defeituosa representa um dos maiores desperdícios de energia!

– Evite armazenar líquidos ou alimentos quentes na geladeira nem coloque líquidos em recipientes sem tampa, pois gastam mais energia.

– Evite deixar a porta da geladeira aberta por muito tempo.

– Nunca utilize a parte traseira das geladeiras para secar roupas ou tênis. Mantenha as serpentinas sempre limpas e livres de objetos.

– Freezer e geladeiras devem ser instalados em locais ventilados, longe de fontes de calor, com espaço mínimo de 15 cm de paredes e armários.

– Nunca forre as prateleiras da geladeira com plásticos ou vidros. Isso dificulta a passagem de ar, o que força o aparelho a trabalhar mais e provoca um grande consumo de energia.

– Limpe frequentemente os filtros das lavadoras de roupas.

– Máquinas de lavar e secar devem ser ligadas somente quando houver a quantidade máxima de peças para lavar. Assim, você evita a utilização desnecessária.

– Acumule a maior quantidade de roupas para passar de uma só vez e, se possível, faça isso em um dia da semana. Passe primeiro as peças que requeiram temperaturas mais baixas.

– Programe o timer de sua TV e evite o hábito de dormir com o aparelho ligado.

– No computador, utilize recursos de descanso de tela.

– Nunca deixe o computador, impressora ou outros periféricos ligados quando não estiverem em uso.

Enfim, é preciso sensibilizar e  mobilizar os brasileiros, levando informações sobre as ameaças das mudanças climáticas e seus impactos sobre os recursos hídricos.

É imperativo que a população adote iniciativas no sentido de reduzir estes riscos e estimulando a adoção de novas atitudes e comportamentos de forma a promover hábitos mais sustentáveis e eficientes em relação ao uso dos recursos naturais.

Agradeço a todos pelas contribuições e comentários no Blog e no Web-site.

Luciano Martins Gehrke

gehrkeluciano@hotmail.com

http://www.gerenciamentodecrise.com.br

 https://engenharianasaude.wordpress.com/